quinta-feira, 3 de maio de 2012

Faroeste caboclo

A música do Legião Urbana "Faroeste Caboclo" descreve bem o que era a vida na Ceilândia dos anos 1970 e 1980. Sei por experiência própria. Quando minha família se mudou para Brasília, em 1975, vinda de Minas pelo êxodo rural em busca de outras oportunidades, foi lá que a gente se instalou. Não havia infraestrutura urbana, como água encanada, esgoto, asfalto, nem iluminação pública. Ninguém saía à rua depois do anoitecer, a não ser que estivesse disposto a perder a vida. Ceilândia era uma grande favela, um caldeirão de culturas diferentes, nordestinos na maioria, misturados a muitos mineiros e goianos.
Nos anos 80 a cidade já estava melhor estruturada, com melhor infraestrutura, menos barracos de madeira e já não se parecia tanto com uma favela. Depois de morar em uns 10 lugares diferentes em cinco anos, a maioria barracos de fundos alugados, conseguimos uma casinha financiada pela SHIS no Setor P Sul, em 1980. Na época, o setor era chamado de "Caldeirão do Diabo", por causa do alto índice de violência e pelas muitas gangues. Muitos colegas de escola pertenciam a essas gangues. Os desenhos são uma lembrança desses tempos.




2 comentários:

  1. Se atualmente ainda vemos uns "embates" por aqui imagine nessa época... Achei interessante o "caldeirão do Diabo", rsrs, isso mostra de forma bastante enfática o quanto a coisa era feia em Ceilândia nos anos 80. E os desenhos eram bem bacanudos, nem todo mundo consegue guardar as coisas assim (eu mesmo já tive vários desenhos que com o tempo foram indo pra lixeira...). :)

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    1. Ainda tenho algumas coisas antigas, Douglas, mas a verdade é que a maior parte foi parar no lixo mesmo. Não dá pra guardar tudo, né? Abração.

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